terça-feira, 20 de dezembro de 2011 | By: Igors Denali


I felt losing you so I said "oh God what to do now?" I was trying to be bad to everyone to call your look at me. But nothing happened like I wanted, it's true. I lost half part of myself when I lost you. In fact I didn't lose, you never told me before that you don’t really love me, like a friend or not. I was just such a star with no-shine in your sky, nothing more than a daily guy in your life. You never been mine, and blowed my mind like I belonged to you. I don't care because you neither do. The whole wide world crashed down right in my eyes, and now, you're not the girl that you said you were. I really fucking loved your smile, your eyes, voice, body, like you said "I'll protect you forever". Today you come with that decieving little smile, and your black holes. And I'm wondering, where your old friends are? They go, and I'm not at all surprised. I'm still waiting for something I’ll stay just waiting that you won't be another mistake right over my shoulder. I'm fooling myself.

- Igor Denali


domingo, 4 de dezembro de 2011 | By: Igors Denali
De longe aquelas feridas quase um tanto sinistras, que de vezenquando tomavam teus lábios, reclamando-os propriedade restrita inalcançável, envolviam-me em planos mais altos, fazendo-me almejar, como objetivo de vida, conquistá-los. Reconhecendo-me como aventureiro, descobridor, embebedando-me pela perspicaz ansiedade de prová-los. Tanto que, de longe, tais feridas a muitos um tanto sinistras, de perto, à mim, despertavam absurdo desejo. Não seria surpresa que ao conseguir provar teu beijo agri-doce, despregando ferrugem, afastasse o interesse em me tornar um vingativo, dispersando enorme campo de anseios do meio de mim, espalhando minha imagem imaculada, destes tortos reflexos nessa casa de espelhos que criei pensando apenas no meu bem, como fim. Rechaçando questões insolúveis, aquebrantando medos fixos.

Assustaria não despertar apetite em mim por aquela boca mordida, tomada de feridas; Gotejando vermelha, despregando ferrugem. Por pertencer a ti, e sua mania incompreensível de machucar a si mesma, tonei-me compulsivo sedento por teu corpo, tua boca, teu sangue.

Prejudicamento, por de longe isso ser meio que muito sinistro, além de mal visto pela sociedade.


- Igor Denali
segunda-feira, 31 de outubro de 2011 | By: Igors Denali

Estive partindo, com olhos baços, embaçados, viris. Sôfrego por não saber de quem me tratava, se era ou não era quem acreditava querer ser. Afastei-me e fui embora sem deixar que me entendessem. Por intuição, esperava que adivinhassem. Minto se por essa busca ainda não terminada por respostas, dizer que me compreendo, de fato, entupi os canos um pouco confuso incompreendido. Maria, um amor torto do qual não posso me queixar, filósofa como só, por meio de – tempo é tempo – querendo dizer que o sol não surgiria aquele dia. Ó que me permitiu e ainda o faz hoje enxergar que realmente amei uma, que não ela. Melancólico grudento, aguardei por uma, um bom cair de areia.

Pareço ainda aguardar algum sinal,

Era nesse ponto que a situação estava quando. Uma. E não poderia acrescentar nada, não por falta do querer, pois de fato se queria, e muito acrescentar, mas por não ter existido continuidade a partir daí. E nada aconteceu mais entre a gente. Amigos, inimigos, amigos-inimigos, invejosos, sutis. Não necessariamente nessa ordem. Por falta de nobreza de minha imagem, Infidelidade da sua, ou ambos para ambos, com maiúscula, N-o-b-r-e-s In-fi-é-i-s. Petulância quanto à grafia por depois de vírgula, que foi onde consegui encaixá-la. Falta de importância. Depois, foi sempre assim, nunca consegui colocar o ponto final. Ao mesmo tempo, para todos, foi perfeitamente conveniente, ainda que. Vírgula.

Quisera ser. Em outra existência, ou outrora, nuvem, por me parecerem tão macias e calmas, não sendo, naturalmente assim. Algo que nunca fui nem pareço poder ser. Se, e não crendo realmente serem, por esse lado perfeitas, seriam também chuva, quiçá não podendo compará-las a mim na primeira mas perfeitamente na segunda. Sendo chuva, seriam tristes. Então, não mais as teria como nuvem. Assim como não tenho mais vocês.

Cruel citar momentos que não vão se repetir, e melhor que não repitam por feridas que não cicatrizaram, em mim, neles, nelas. Desses de um ciclo que acabou por encontrar um ponto final. Cruel por não surtir efeito, tanto de remorso, saudade, raiva. Indiferença invariável. Ponto final.

Nesses momentos, quando as músicas mais enérgicas se tornam cada vez mais lentas, temos areia de sobra para pensar, perceber que o tempo passa, e que muita coisa no passado não fez sentido, foi desnecessário, ou simplesmente aconteceu na hora errada, também, que de certo modo, não precisasse realmente ter algum sentido agora, afinal, já é passado. Momentos, pessoas e sentimentos que hoje, não têm valor considerável na balança, e que outros, que surgiram inesperadamente, somaram mais valor e não merecem ser desmerecidos pelos já empoeirados. Sinto falta, absurdamente, se parar para pensar, de uma ou duas pessoas que hoje não fazem mais parte da minha vida. Mas quando paro para pensar de verdade, nada realmente há de ter mudado, independente do dia ou do ano, sempre a tardezinha, os pássaros ainda voam na mesma direção.


Igor Denali - hapbthdayfeelings :)

domingo, 2 de outubro de 2011 | By: Igors Denali
Então peço-lhe que não me abandone, por um reflexo vermelho no colarinho, por meus romances errantes. Veja em mim verdade em mentiras. Sinceridade nos meus tão fracamente moldados, sorrisos sem-graça. Peça-me que lhe explique minhas decisões, que lhe fale de meus medos uma, duas, centenas e centenas de milhares de vezes, mas apenas... apenas não me abandone. Quem sabe até faça-me versos de teu diário, e me mantenha escondidinho, não me conte a ninguém, nem mesmo às amigas mais próximas. Mas leia-me todas as noites, e eu esperarei dia após dia até o momento em que sua voz reverbere novamente. Que teus lábios encontrem qualidades onde nem mesmo eu possa enxergar, e façam-me ver em teus sorrisos as entrelinhas necessárias. Seja você quem sinta o calor de minhas palavras, e que este seja o fim de teus medos. Então peço-lhe, não me abandone, que me escrevas em verso, para que não me esqueças, como nunca poderei lhe esquecer.


E um dia, quando ler de mim, saberás que fui teu, inteiramente. Em cada linha, em cada sorriso.


Igor Denali
terça-feira, 27 de setembro de 2011 | By: Igors Denali
Friday - August 12, 2011

Tenho medo. Medo de que seja água com açúcar, mamão com mel. Doce, sabe? Tenho medo. De que seja comum, clichê e passe despercebido como uma marca d’água só vista a contraluz. Não quero que seja doce. Passe-me o sal, dê-me tempero, pique uma folha de rúcula para pôr na minha omelete. Mas me destoe dessa melodia entorpecente e dissimulada que é o senso comum. O comum ser. O aglomerado de gente pré-fabricada, pré-idealizada e pré-vivida que roda em volta ao seu desejo de placidez. Não quero a calmaria de um lago à vista de montanhas e sim a água salgada do mar ricocheteando areia na pele. Tenho medo, muito medo, de que seja doce. Que a vida passe na ponta de um gramofone deslizando em um vinil de Roberto Carlos. De que seja a luz que passa pela brecha da janela, pela fechadura da porta, e não a explosão de cores de um vitral. Quero o amargo do café preenchendo a boca e os teus dedos trilhando as minhas coxas. Tire-me do que é igual e do tanto quanto; faça-me um ‘mas’. Se não um mas, um porém. Faça-me contradição. Acomode o pote de açúcar na dispensa e me passe o sal.

- Autor Desconhecido.
terça-feira, 13 de setembro de 2011 | By: Igors Denali
Estive esfriando por tempo demais,
pendendo do quente,
morno.
Congelando
por fim.
Passando do ponto.

Foi-me fixado esse atraso
por um tempo que não se mede em ampulheta,
como que para não me adaptar a lugar algum,
a alguém nenhum.
E a vontade de ir.

Ir para onde me caiba,
que não seu coração
vazio.
Vazio sufocante, desse que já basta no meu.
Por si só, por mim, por ela e
por você que nem vem,
e se vem é em vão.

Thursday August 11, 2011 -' igor's denali
sábado, 27 de agosto de 2011 | By: Igors Denali

Wednesday - August 10, 2011

Tenho em mim essa concha vazia, seca tal como areia. E olhe que não seria surpresa encontrar alguns grãozinhos mofados. Areia mofa? Desculpe a ignorância, não é do meu conhecimento. Ela eu não sei, no certo eu estou repleto de mofo. Me demoro no banho, contando gotas sem realmente fazê-lo, tentando encher um pouco dessa concha. Em vão, nada mais que meio vazia consigo enxergar-la. Enxergar-me. A verdade é que estou adoecido, diariamente “desapetitado”. Adoecido por saber que todos aqueles detalhes foram perdidos. De quando entrávamos, sentávamos, conversávamos e ríamos. Essa é uma parte da verdade que cobre todo o resto, menos a saudade. Saudade de tudo que partiu e insiste em não querer voltar, do que fielmente acreditávamos ser eterno. De uma noite qualquer discutindo o mundo, falando um pouco de nada, observados de perto pelo luar e cobertos calorosamente pelas estrelas. Saudade dos colegas do ensino médio, das conversas de praça e até mesmo das dezenas de discussões sem motivos. Ajo pseudo-afável frente a ela, tão imponente, por ser tão real, cruel, e assim, tão cheia de máscaras.

-' igor's denali

terça-feira, 9 de agosto de 2011 | By: Igors Denali
Tuesday - August 9, 2011

Admito, possuía minhas teses de que chegaríamos a esse ponto mesmo antes de ter a coragem de organizar aquela sensação em um raciocínio limpo. Permiti que estivesse, que falasse, continuasse, explicasse, argumentasse, resolvesse, complicasse, atestasse, discutisse, traduzisse, incomodasse. E como fez questão de incomodar, e como! Dir-lhe-ia que não fazia falta – às vezes-, dir-lhe-ia, sobretudo, que não causava incômodo algum, mesmo que soubesse que era mentira e, como uma criança levada, até maquiavélica, esperasse que os fins justificassem os meios.

Cá entre nós: não justificavam. Aquele círculo vicioso idiota; a sensação de que algo está errado e que tão logo é subjugada pela incapacidade de tomar as rédeas da situação. Vício. Tal qual, a falta do sentir da culpa, que deveria ser implacável, e mesmo que ausente faz-se artimanha e me impulsiona sempre de volta aos mesmos olhos castanhos claro, como se os pudesse viver a cada segundo da vida em uma espécie de realidade diferente, arremessando a realidade atual para adiante, adiante, adiante. Adiante até que sumisse, fundindo-se com as paredes do fim da vida.
Situações específicas nas quais me sinto fraco em um sentido generalizado. De caráter, fraco de personalidade, de significado e outros tantos que logo sei que utilizo de forma exagerada, mas que em sua totalidade me são reconfortantes, no mais, melhores do que a ausência e o completo não-entendimento. Prefiro me cansar de tudo e me depreciar sem gosto a depreciar a senhorita, de olhos castanhos claro, bonita e sanguessuga e na lousa faço desenhos. Até brinco com as palavras, veja só, num ímpeto de que o pensamento não dure muito tempo na ponta dos meus dedos para que logo possa pensar outra coisa e conservar a imagem que sempre tive.

denali.
segunda-feira, 8 de agosto de 2011 | By: Igors Denali

Monday - August 8, 2011

Eu desisto quando canso, o que, provavelmente faz de todos os meus objetivos só pensamentos questionáveis. Manter o foco nunca foi algo complicado para mim antes, sempre, enquanto este não fosse envolto por algum sentimento despreocupado, que em todas as vezes se encarregava de tomar minha mente por completo para si. Era de empenhar-me ao máximo quando queria que algo desse certo, sem me basear em nada pela metade. Ainda não me satisfaço com coisas pela metade. O tempo se encarregou de me fazer duro, e desimportante – para os outros, e para mim -. Gosto de me manter assim, o que não quer dizer que não sofra casualmente por tal. Não dou importância... objetivos, sentimentos, pessoas brotam e morrem o tempo todo, normal, dramas do cotidiano. Não faço questão de colocar em pedestais.

Igor's Denali


quinta-feira, 21 de julho de 2011 | By: Igors Denali
Deixe-me abrir um pouco a janela. Sigo tendo pensamentos como plumas, daquelas que espreitam esperançosas uma brisa qualquer soprar, e por lá ir. Aqui venho eu com tais plumas. Tornou-se costume, ainda escrever muito e libertar poucas, mas no fundo você sabe... todos nós já sabemos, Zé. No entanto isso só acontece por eu não conseguir botar tudinho afora. É de tanto apertar, socar, acomodar aqui dentro. O que sai, são essas plumas malandras que encontram uma ou outra brisa. Só tento me preservar, Zé. Fico nesse eterno peneirar de pensamentos. Apertando, socando e acomodando todo o resto para silenciar-me o máximo possível. Desacostumei em deixar estar, ficar. Sei lá, sabe?! Nem te conto Zé, mesmo desaprendendo das palavras escritas, essas danadas que fogem de mim quando as necessito. Tem algumas coisas que não querem ficar cá, e se não abro um pouco a janela para que me escapem nesses sopros, fica tudo muito apertado aqui dentro.

Igor's Denali
domingo, 10 de julho de 2011 | By: Igors Denali
Tão feio, suponho ser, essa tentativa de solidificar o que já se foi, insistente por não ter sido oferecida chance de prosseguir do ponto em que ficou. E fico descamando, descamando, e por fim desnudo. Não se fazem mais envoltórios como antes, tampouco sentimentos. Tênues, quase nada. Por que expresso tal desapontamento? Sei o bem, mas meu deposito de ânimo para falar sobre, esvaziou-se. Abstenho-me; Não quero, preciso ou me lembro. Não que exista até então esta possibilidade: esquecer. Talvez não querer, precisar e não falar sobre. Que seja. Oh, não intervenha. Deixe-me sussurrar em gritos altos e não tente compreender. Justo eu, por tão precavido de ser nessa vida, transbordando de tantas defesas e armas que me obrigaram a construir. Inspiro e espero, porque me foi dada, ainda, a tal chance de supor que laços não se desfazem com tanta facilidade. Fico contestando atestados de insanidade e distúrbios, pois tenho por ser natural instalar-me em areias movediças e beber altos goles de desastre, paranóia e confusão psicológica. Apenas receio reescrever uma autobiografia, um romance que se enrolou demais para poder desembaraçar. Confesso, faz-me falta entre uma palavra e outra. Apesar dos pesares, ai se vai mais uma noite sem você - sem nós - na camada entre mim e o edredom. Entre a sua vontade de rebolar e a minha obsessão por leituras complicadas; entre provocações improvisadas e mãos dadas que não ocorrem. Entre tudo o que foi, e que hoje não é mais.

Achei feio tentar solidificar o que já se foi, mais ainda, por desde o princípio, saber que não conseguiria.

Igor's Denali
domingo, 26 de junho de 2011 | By: Igors Denali

Tão logo comecei realmente a gostar, larguei. Meus amigos, nunca entenderam meus motivos. Ninguém nunca entendeu. Chamam-me de jovem com potencial, mas desprovido de força de vontade, ambição. Vulgo: covarde. Nas palavras de uma certa melhor amiga, eu vivia para "desperdiçar minha vida" ou “não possuía mais jeito”. Quando ouvi, achei graça. Andava numa infelicidade de fazer dó, transformado em azêmola pelo fardo das lembranças e da indignação, açoitado diariamente por essas, que puxavam-me as rédeas e controlavam-me o trote. Alguém nos ludibriou dizendo que felicidade jaz dentro de nós mesmos – e que, por sua vez, não precisa de ninguém nem nada para desabrochar. Nós acreditamos. Descobrimo-nos pedreiros: crescemos e envelhecemos construindo casas nas quais não entraremos.

O plano de me proteger para viver acabou por tomar o lugar da própria vida.

Fica explicado, portanto, todo o alvoroço que parentes e amigos fizeram quando anunciei minha partida. "Por quê?", eles perguntavam. De novo, eu achava graça. Queria explicar que rasguei o vale “felicidade” não só uma, tampouco duas vezes apenas. Queria dizer a meus pais que toda a inquietação que me assolava, toda aquela insatisfação com minha vida possuía nome e endereço. Todavia, como eles não compreenderiam, disse apenas que precisava mudar de ares. Assim, parti para outra roça qualquer, buscando não mais que a frugalidade há muito usurpada de meus dias. Meu caro, deixe me lhe dizer: não foi de todo ruim. Ah, não foi! Você ficaria surpreso com o que um homem em completa solidão pode aprender sobre si. A princípio, não nego, doeu deixar para trás meus familiares e amigos; mas foi ferida efêmera que sarou quando passei a viver meus próprios roteiros e escrever eu mesmo as histórias que leria.

Não abandonava a comodidade do meu novo lar por mais que poucas horas. Errava pelos cantos, perdido e sem querer ser encontrado. Em qualquer um desses dias nem tão frios nem tão quentes de Maio, esbarrei em alguém. De boa aparência, se convir dizer. Meio como eu. A essa altura, suponho que nem eu mesmo fosse “meio como eu”, mas enfim. Conheci um mundo novo, ao qual me adaptei com estranha rapidez. Beijamo-nos. Disse que sentiu uma conexão e que deveríamos vagar por aí juntos. Eu refutei prontamente, falei que era beijo bobo, de algo que não possuía futuro, coisa de uma tarde, ou uma noite. Não queria companhia, tampouco responsabilidade. Não queria ter medo.

Depois disso, decidi que se quisesse, o medo seria opcional. Repeti para mim exatamente isso durante várias vezes, como se pudesse mudar minha realidade. Mas ainda não estava preparado. Chamam-me de jovem com potencial, mas desprovido de força de vontade, ambição...

Estive em rodoviárias algumas vezes na minha vida, e essas, são algumas vezes mais do que eu gostaria. Numa dessas, o meu resto sobrou. Manterei-lhes informados caso o recupere e um final feliz seja-me atribuído, enquanto isso, podem se deitar e esperar comigo. Absorvendo o até então ponto não-final da minha história.
sexta-feira, 17 de junho de 2011 | By: Igors Denali
Se enroupar-me a pele pálida, quase sem vida, com cobertores, ainda sinto frio. Sinto como sinto a alma presa n'um vidro polido e metalizado que mal reflete a invasão, pela janela entreaberta, da meia luz dessa noite quase morta. Sinto esse frio tão forte, como quem está sentindo na pele e no fundo da alma a sensação de quando se tem febre alta. Como a vontade de sentar no chão, abraçar as pernas e esconder o rosto entre os joelhos. Ficar quietinho assim até desanuviar esta tempestade, que só sobrasse o cheiro de terra molhada. A verdade é que antes de dormir olhei-me uma vez no espelho, vi apenas um garoto. Quase desconhecido por mim, a não ser por seu sorriso inconfundível que se deixava, cautelosamente, brotar entre os lábios. Singelo, doce, sem ambição alguma. Tímido demais para mostrar-se homem nos traços que o desenham. Gostava de estar com os olhos na lua, de ter nos mesmos o brilho das estrelas que enfeitam o céu negro, descorado. Em seu quarto, mesmo nos dias calmos: suicídios, vinganças sangrentas contra quem já a feriu na alma, rebeliões, casamentos; jurou por um Deus que se vingaria de modo fúnebre exemplar. E era como se bastasse uma brisa leve, morna, fresca e sem pressa para esboroar suas idéias sanguinárias. Sôfrego era, mas corajoso para ser, não. Para o garoto no espelho eu digo “prazer em conhecê-lo” ou “sempre fomos assim”? Então, decidi olhar-me outra vez. Na segunda vez em que olhei o meu reflexo, vi você. Que culpa eu tenho? Depois de você, às vezes, parece que não restou mais ninguém. Nem mesmo a mim. Foi uma pergunta que fez nossa história começar, mas que pergunta foi esta que fez tudo agora acabar? Outra viagem de negócios, outro motivo para ficar longe. E indo longe, longe foi.

Igor's Denali
quinta-feira, 9 de junho de 2011 | By: Igors Denali
Penso em ti por absoluta incapacidade, ainda, de não pensar. E assumir me é humilhante, já que por mais que anseie por tua presença, não se importe. Talvez tão somente por isso, óbvio, ainda a escreva. Já que me inspiras no amor, tanto quanto no ódio ou indiferença. Tento abraçar-te de longe, na esperança de reter-te, pois embora no início tudo parecesse ser tão provisório, hoje em dia, chego a lamentar diariamente pela perda por mais subtil que essa possa ser a qualquer outro. É desesperador privar-me de enlaçar meus olhos novamente aos teus, onde um dia banharam-se em tanto apreço, amor. Debruço-me sobre tuas fotos, e afago tua face todos os dias: sabes bem que fomos muito parecidos, de modos, manias e interesses inteiramente diferentes. Amei-te miseravelmente, embora vez ou outra, inutilmente tentasse odiá-la como me odiou. Tinha muito em mente para escrever, dizer, mas não vejo necessidade mais. Estamos em paz, certo?! E além do mais, acredito já ter escrito o suficiente. Preciso retornar para a casa agora, seguir em frente, sabe? E admito, está bem escuro e assustador aqui no cemitério, apesar de achar que não possa ver ai de baixo. Voltar-me-ei agora a outros assuntos, que talvez encaixe em outra carta, onde infelizmente o destinatário não será você. Alguns meses se passaram desde que partiu Marilyn, mas gostaria que essas palavras lhe alcançassem, e, nessa tentativa que talvez seja vã, quem sabe, deixo que a chuva decomponha esse papel surrado sobre seu túmulo, para que independente de onde esteja não se esquecer jamais, de que nunca esteve sozinha, antes. Adeus.

Igor's Denali
sexta-feira, 3 de junho de 2011 | By: Igors Denali
Estes dias que tenho passado contigo, sentindo-lhe, tenho permito à minha alma ficar em tão leve e constante harmonia como há muito não possuía coragem de fazê-lo. Medo. Contigo esvai-se grande parte da desconfiança que tenho acumulado das pessoas ao meu redor, não és apenas mais uma, como espero também não ser pra ti. Não vou esconder o apreço que tens ganhado de mim com o tempo, mesmo que esse "tempo", ainda seja pouco. Você roubou-me de mim mesmo, tornando-me teu. Sinto-a aqui ao meu lado, sobre mim, em mim ao fechar os olhos. Sua voz é combustível aos meus devaneios, tua face, o único semblante que vislumbro ao dormir. Das lembranças que tenho, as únicas que alcançam-me em meus sonhos são as tuas, pois tu és a única que tanto anseio em realmente possuir.

Igor's Denali

You can't feel me, no; Like I feel you. I can't steal you, no; like you stole me.

B.
quarta-feira, 11 de maio de 2011 | By: Igors Denali
Segui em frente.

Ana, Marta, Paula, Amanda. Tentei manter o padrão, aquelas que menos se pareciam com Liza. Uma desculpa, a porta sempre destrancada. Noites insones, no menos um sono tão pesado quanto uma pluma. Fazia de bobo, esfregava os olhos para ter certeza de não estar dormindo. Liza não voltou, mesmo que rezasse para que em seguida ao barulho da porta sendo arrastada me viesse a doce voz de Liza desculpando-se por me acordar, para logo depois ouvir o miado de um gato vira-lata qualquer à procura de abrigo.

O banheiro se tornou digno de minha companhia diária, logo após uma ou outra bebida mal colocada ou uma tragada descomprometida. Sem falar nas cápsulas e cápsulas que iam e voltavam. Nunca me dei bem com coisas assim, nunca precisei de coisas assim com Liza. Já sem Liza...

Não sei em que lugar me perdi, ou em que lugar perdi Liza. Mas esse detalhe fez toda a diferença pelo resto da minha vida. Eu esperei que as coisas se ajeitassem. Dizem que nada melhor que um tempo, avisado ou não, para concertar as coisas. Esperei por ela.

Aquele dia, fitando meu divino pedaço de torta inglesa, me senti livre de tensão ou pensamentos que incitassem vontades relacionadas a ela. Pedi outro. Não me lembrei de Liza por longos dias, que se estenderam se tornando semanas, e por fim, meses.

Tanto fez, ela não voltou mesmo.

Eu tentei. Tentei abafar o silêncio de Liza, que a quem for capaz de entender, era um soco no estomago e duas facadas nas costas. Assumo, amei Liza. Amei mesmo quando me mostrou ser apenas mais um corpo presente, quando nossos corações já não batiam mais no mesmo ritmo.

Tentei esconder minha indignação, mas esconder de quem? Ana, Marta, Paula, Amanda? Bem, tenho de confessar algo: essas nunca fizeram alguma diferença. E meu divino pedaço de torta inglesa?! Então, esse perdeu o sabor lá pela quinta garfada, sem Liza. E agora aqui estou eu, inerte observando o vermelho das paredes do nosso quarto, do meu quarto, a cor escolhida por ela. O relógio, por um motivo ou outro não funciona mais, como se ao Liza me deixar, tudo tivesse desandado, e de fato desandou.

Gosto de acreditar que o relógio não parou há alguns meses atrás, e Liza, daqui poucos minutos vá adentrar por entre aquela porta, arrependida, me ver aos prantos, também arrependido, e tudo voltará a ser como antes. Quando eu era eu com Liza.

Enquanto isso sou apenas eu, sem ela. Desculpe se não é suficiente para você, não me culpe, também não é suficiente para mim.

A repetição excessiva de"Liza"é PROPOSITAL. Só para constar.

Igor's Denali
quinta-feira, 28 de abril de 2011 | By: Igors Denali

Sobre papéis amassados e canetas sem tinta.

Aceita um pouco de café? Pois bem, que esteja servido se o sono começar a lhe escalar as pálpebras. Pode lhe ser de pouco interesse o que tenho para dizer. E o que tenho para dizer, talvez nem chegue a ser de seu conhecimento, afinal, demasiados são os motivos que me causam desgosto ao ponto de, novamente talvez, fazer de meus relatos apenas mais bolas de papel para minha montanha de sentimento descartado.

Sobre o amor: não há utilidade. É. Não me venha com ladainha ou me calo, não possuo muito que dizer, sou fraco em argumentos. O que sei é que frente aos acontecimentos recentes, tal sentimento não tem colaborado muito, e hoje, cai em mim: ele nunca ajudou em nada. Dor, dessas que se sente por dentro, cavada no peito, ou a mina que brota pelos olhos sobre efeito das lembranças, nem sempre tão boas nem sempre tão ruins?! Tive aos montes, sem remédio que curasse. A saudade diminui com o tempo, ou aumenta, depende do quanto você pensa, ou não pensa. Se é que me entende. Como pode ver eu tento não pensar, e é isso que me faz pensar quase em tempo integral. Algo tão banal. Já viu quantas pessoas amam?! Passo horas a fio rindo ironicamente destas criaturas infelizes. Se eu amo?! Não, obrigado. Ainda não vejo utilidade nisso. Certo, já amei. “Você esta ciente de que colocar isso no passado é errado, um sentimento como o amor é imortal”, você diria. Não preciso discutir o que não sinto, cale-se. Me calo. Não apenas pela falta de argumentos, mas amor é algo que há muito deixou de me causar insônia. Em que lugar mesmo deixei a xícara com o café?

Tudo bem, se quiser pode me ajudar a amassar.

Igor's Denali

quarta-feira, 6 de abril de 2011 | By: Igors Denali

Fui aprendendo da maneira mais torta

que um dia a vida acerta.

Vez enquanto bem demora,

assumo,

mas não me acanho, não há pressa.


Amém, já é noite.

Anoitecer preciso eu, dó de minhas olheiras.

Faço logo minhas preces.

Preces faça tu,

por compaixão, piedade.

Não mais lhe vejo com amor.

Sem nenhum no peito,

na verdade.


Peito enche de Clarisse,

boa leitura ao dormir, e às vezes me lembra tu.

Lembro de dormir,

de lado, sem sonhar.

Sonhar contigo, e comigo.

Ou talvez contigo sem “migo”,

prefere assim,

como quiser.


─ Igor's Denali

sábado, 2 de abril de 2011 | By: Igors Denali
Perdi-me no passado, foi. Ah! Meus amores, elas me amavam, eu as amava. O abraço. O sorriso que alcançava orelha a orelha em minha face, a moda era ser feliz. Os óculos eram coloridões, os aviões eram de brinquedo, a água era pura, as palavras eram confiáveis. Meus dentes iam caindo pouco a pouco, levando lembranças, deixando sorrisos banguelas, mas sempre sorrisos. Meus trocados se acabavam sem menor sentido. O céu girava e do ângulo exato podia-se ver meus ídolos todos lá, muitos que nem ídolos realmente eram. O sol doava um brilho sem dor, e na noite os músculos da face descansavam. Aquiescia-me às regras, sempre na espera de colocar-me novamente junto aos corpos agitados. Meu pai me fazia dormir no melhor cafuné de sobrancelha, confortando minhas pernas junto a ti. Na hora do sério, todos repetiam “Tudo vai ficar bem, apenas durma”, eu nem ao menos podia imaginar o quão importantes eram aquelas palavras, mas eu as venerava e de algum modo sabia que eram verdadeiras. Já fui e voltei muitas vezes, e isso já são muitas vezes mais do que gostaria. Já não vejo graça em observar as estrelas, nem em conversar sobre assuntos idiotas, apenas para ter o que falar. Aconteceu que, nessas tantas idas e vindas desnecessárias, corri o risco de perder minha essência, aquela. E de fato perdi. Perdi-me do quem me era importante. Dos meus sorrisos diários, dos intervalos entre essas inconstantes aulas da vida. Ah! Quanta saudade das brigas de dedões, dos jogos de dama, do futebol com latinha de refrigerante. Saudades de mim. Naquele tempo a esperança era desconhecida, a vida era feita do viver, sem nada mais para esperar. Eu era alegre ali, era inteiro. Não me comparava a nada, nem poderia: amava a mim mesmo com toda fé, e com isso eu podia amar a todos que me cercavam, sem receios. Mas isso já faz muito tempo.


Igor's Denali
terça-feira, 22 de março de 2011 | By: Igors Denali
O abraço necessário para matar saudade de uma vida, passou tão rápido que nem pude contar. Poucos minutos de euforia e você estaria novamente longe. Sabe, apesar de tudo não fiquei triste, isso nem passou por minha cabeça, espantei o frio na espinha e a inquietação que me subia pela garganta, disfarcei a timidez daquele instante, a insegurança e deixei acontecer. Sorri alem da conta, sem receios. Porque fomos inteiros naquele momento, sinceros. Foi um dos melhores dias da minha vida. Incomodo foi deixar você partir. Mas me reconfortei com o pensamento de que de nada são alguns minutinhos quando podemos nos achar em nós mesmos. Quando distantes, nas madrugadas frias, com fumacinha de cappuccino quente invadindo nossas narinas. Nas nossas histórias. Em um bombom, um sorriso e um abraço. Fotografias, filmes, olhares e músicas. No brilho sem dor daquela tarde de verão. E quando menos, você sabe onde, bem ali, no nosso coração. Humilde, inesperado. Perfeito. s2

Igor's Denali
quinta-feira, 17 de março de 2011 | By: Igors Denali
Anjo,

Confesso que no início eu não colocava muita fé, talvez porque ainda desacreditasse que a felicidade viria tão fácil, que a vida me viesse com tão boa vontade, eu achava que não iam passar de alguns momentos e no final eu iria voltar a ser um mau-caráter, enfim, a vida pregou-me uma peça, não é?! O tempo esta passando, os momentos ao seu lado só ficam mais intensos, e eu já não possuo a menor pretensão de retroceder. Descobri sentimentos e sensações novas, me senti especial, mas não tão especial quanto você é pra mim. Sinto segurança ao seu lado, pois não tenho motivos pra ficar inseguro. Sou possessivo e ciumento por motivos óbvios, se todos soubessem do meu tesouro, piratas não faltariam para roubá-lo. Mas para ninguém você seria tudo o que é para mim. E apesar do tempo que passamos juntos, nunca é o suficiente, quero sempre mais. Minhas melhores noites são com os seus cafunés, seus beijos, abraços. Meus dias, suas brincadeiras, suas cócegas, seus sorrisos. Eu nunca havia vivido de fato, algo assim, mas a vida novamente me surpreendeu. Não sei qual a quantidade de pessoas assim podemos ter em uma vida. Talvez sejam para sempre só até acabar. Mas também não sei se mais tarde, podem ser realmente substituídos. O que interessa agora, é que você me fez acreditar que tudo é realmente como parece ser, perfeito. Que somos um e é isso o que importa.

Igor's Denali
Parabéns para nós. <3
São 00:39 e não consigo entender o porquê de estar acordado, aqui, sobre esta folha de papel que desde cedo me brinda com sua brancura. Estive pensando a noite toda, em coisas das quais não consigo entender, questões que não consigo concluir. O centro de todo o reboliço em minha mente é ela, aquela garota de nome Lilian, que tanto me cativas. A carta que me coloquei a escrever não poderia ter, senão ela, algum outro destinatário, se é que me entendes, ainda me é de um charme à moda antiga, atrair a atenção de uma moça por meio de uma carta. Foi quando decidi escrever para não me esquecer, e então me esqueci o que iria escrever. Por isso ainda estou aqui.

Engraçado é o que se passa em minha mente agora, ou o que não passa, minto. Falar de Lilian é fácil, difícil escrever para ela. Aprecio pessoas que conseguem atrair-me por meio de palavras não ditas. Sabe, nunca nos falamos. Motivo pelo qual, talvez, ainda receio em escrever algo. Qual poderia ser a distância entre a realidade e o que minha cabeça apaixonada imagina, da verdadeira Lilian?! Rechacei o pensamento incomodo e voltei-me a pensar sobre o que escrever. Eu a amava, disso estava convicto. Amei sem receios, à primeira vista, acredite se quiser. Aquele sentimento que me é perfeito só visto em telas de cinema. Então me lembrei, que em diversas vezes, por uma brincadeira do autor, tal sentimento não é correspondido. Aqueles lábios vermelhos talvez nem saibam de minha existência, ou o quanto me fazem ansiá-los apenas por pertencerem a ela. Ou o dourado daqueles olhos, a brancura daquela pele. Branco, como esta página ainda está em branco com tanto a se escrever?! Rechacei novamente o pensamento e voltei-me ao papel.

Os primeiros raios de sol tomaram meu quarto, lacrando meu desejo naquela noite. Lilian me pertencia, como eu a ela. Não havia escrito nada, não possuía palavras para descrever realmente, - por mais que clichê isso pareça - o que sentia por ela. Resolvi deixar quieto, aproximar-me aos poucos se houvesse alguma oportunidade. Ou de uma vez, quem sabe aquela folha em branco estivesse me dizendo que já era a hora de abandonar os velhos hábitos. E a vontade da carta, à moda antiga, apenas na vontade permaneceu.

A campainha tocou.

Sorri para Margaret, nossa empregada, ao entrar sorrateira em meu quarto, talvez para sua revista diária, aquela que sempre faz enquanto durmo para ter a certeza de que não pulei pela janela, não sei. Decidi não impor importância, pois a esta altura o sono transmitia à minha cama, um charme se não igual, tão particular quanto o de Lilian. Deitei-me, e então ouvi a voz de Margaret como um sussurro, já não sabia se dormia, mas daquele sonho, não gostaria de acordar. Sorri.

“- Querido, você recebeu uma carta... Lilian, é alguma amiga nova?”

Igor's Denali
segunda-feira, 14 de março de 2011 | By: Igors Denali
Confesso que hoje senti uma vontade mórbida de te telefonar, ocultar meu número e curtir sua voz por poucos que fossem os segundos até que desligasse em minha cara. Ouvi-la esbravejar, educadamente, claro. Eu iria sorrir, lembrar, chorar. Sim, eu iria chorar. Senti uma necessidade ainda maior de te ver, mesmo que em fotos ou em vídeos antigos, vê-la sorrir, vê-la tocar-me, mesmo tendo de dar play várias vezes por poucos que são os minutos gravados da nossa história. Não fiz um, nem outro. Sei que iria sorrir, mas iria lembrar, chorar. Sim, eu iria chorar. Não que isso fosse um problema, não sinto nada. Já atingi meus extremos de alegria, tristeza, raiva e paz. Nenhum deles foi como o nada. O nada me consome, me preenche, me esvazia, me faz melhor e pior. Contraditório. Estranho. Bizarro e perfeito como só a falta de tudo consegue ser.

Vulgo saudade.

Igor's Denali

domingo, 6 de março de 2011 | By: Igors Denali
Deixo claro que não gosto de falar, a princípio. Agrado-me deste abismo, do silêncio. Apetece-me viver neste buraco fundo, não sabes o quanto, pois de raso basta o mundo. Sem muitas perguntas, com ou sem respostas. Sem muito pensar. Apenas silêncio, e só. Indagam-me sobre meu jeito sério, o que chamam de mistério por tão pouco que falo. Eu me calo. E engraçado, nunca me coloco a remexer realmente sobre. Não me questiono com relação ao motivo, talvez por não saber como responder. É, pode ser essa a razão; não saber como responder. Com o tempo aceitei que é meu jeito; ser quieto me é natural. Bem avisei que não gosto de falar, afinal.

Igor's Denali
quarta-feira, 2 de março de 2011 | By: Igors Denali
Pensei em escrever sobre a dor, sobre a tristeza e a saudade. Mas apenas um nome me vinha à mente, e hoje, das lembranças do mesmo só resta a saudade, sem mais dor, sem mais tristeza.










Igor's Denali
segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011 | By: Igors Denali
Da mesma forma que chegou, foi-se, e a tinta com que redigia a vida lhe deu um mundo inteiro, um mundo que abraçou-o de maneira tão intensa, que logo todos os temores da realidade desapareceram de sua mente. Uma segurança que se pôs a apagar da estrada as marcas de seus passos, para que assim, tais medos não conseguissem encontrá-lo novamente. Ao abandonar o mundo e embarcar para a fantasia de suas criações, seus olhos negros enchiam-se de felicidade, incomparáveis mesmo ao negrume da noite, possuíam um brilho mais intenso. Talvez não pudessem ser igualados, não pudessem ser diferenciados. Quem sabe a noite fosse mais bela, suas estrelas fossem mais brilhantes, mas a realidade é que nada tinha mais vida do que ele, não naquele instante. Enquanto escrevia, era como um coração apaixonado: sem receios, livre.

Igor's Denali
Nas minhas escolhas tentei os meios que pareciam mais fáceis, mas como se destinados ao fracasso, todos assim foram. Como escolha mais fácil, também decidi não sofrer por aquilo que, na sua totalidade, não possuísse nenhuma importância considerável. É o que tento fazer agora, por mim e por aqueles à minha volta. Essa, uma via que encontrei, uma forma de me desligar daquilo que me incomoda sem preocupar quem se preocupa comigo, ou talvez apenas uma nova tentativa, já frustrada, de enganar a mim mesmo.

Igor's Denali

xx_repostagem
segunda-feira, 7 de fevereiro de 2011 | By: Igors Denali

Vivi minha vida inteira em apenas um período, sabe... como se todas estas horas, meses, anos que sobraram, este tempo em que não-vivo, não fizesse sentido. As amizades, pessoas que amava e ainda amo mudaram tanto, não me deixam mais feliz, mas mesmo assim, toda vez que vou embora deixando tudo para trás, guardo comigo as lembranças daqueles momentos, e mais tarde a vontade, uma vontade louca de ter tudo novamente, mesmo que “tudo”, já me pertença.

Igor's Denali

sábado, 5 de fevereiro de 2011 | By: Igors Denali
Ele pode estar olhando tuas fotos neste exato momento. Por que não? Passou-se muito tempo, detalhes se perderam. E daí? Pode ser que ele faça as mesmas coisas que você faz escondida, sem deixar rastro nem pistas. Percorra trajetos que eram teus, na tentativa de não deixar que você se disperse das lembranças. As boas. Por escolha ou fatalidade, pouco importa, ele pode pensar em você. Todos os dias. E, ainda assim, preferir o silêncio. Ele pode reler teus bilhetes, procurar o teu cheiro em outros cheiros. Ele pode ouvir as tuas músicas, procurar a tua voz em outras vozes. Quem nos faz falta, acerta o coração como um vento súbito que entra pela janela aberta. Não há escape. Talvez, ele perceba que você faz falta e diferença, de alguma forma, numa noite fria. Você não sabe. Ele pode ser o cara com quem passará aquele tão sonhado verão em Londres. Talvez, ele volte. Ou não.
domingo, 9 de janeiro de 2011 | By: Igors Denali
Realmente estou chateado com alguma coisa. E desculpem se não pedir desculpas por não querer me abrir. Meus problemas, minha vida. Não, não quero um ombro amigo para desabafar, como também não quero que derramem sobre mim os problemas de suas vidas, que são assim, se não mais, talvez igualmente frustradas. Realmente estou irritado com alguma coisa, nada importante, e também não irei falar sobre isso. Só... estou cansado. Estou cansado de olhar nos olhos das pessoas e ver o falso interesse pelo que se passa no interior da minha cabeça. Cansado dos falsos sorrisos, esses que servem apenas para iludir e nada preenchem aqui dentro. Cansado de estar cansado. De querer, não... de precisar chorar, e faltarem as lágrimas. Porque não sobrou nada. Nada. E essa raiva repentina, esta que sinto agora. Vem do nada, por qualquer coisa, um ódio absurdo que transborda por todos os lados. E quando essa... “coisa” não machuca, magoa, ou fere de todas as maneiras alguém. E para que não magoe, lá vou eu me trancar no meu quarto, mofar na minha cama. E então quando se torna impossível, lá estarei a andar de madrugada pela rua, com as feridas abertas novamente. Não vejo a hora de me mudar logo, não é por querer fugir. Não... na verdade é por querer fugir, esquecer esta vida. Não sei socializar, e às vezes acho que não nasci para ter várias pessoas ao meu redor. Mas que inferno de vida é essa, que mesmo quando tento extravasar, só consegue atrair mais e mais problemas para si?! E até hoje, procuro a quem culpar por isso. Mas essa “coisa” que me toma por si, causadora de todos os problemas, esta de que tento fugir, sei no fundo, que sou apenas eu mesmo. Não há como explicar. Típico de mim, deixar um texto sem fim, sem nexo, mas realmente não tenho mais o que dizer. Acabaram também as palavras. Agora posso mesmo dizer que não me sobrou nada. Enfim, não que me importe com isso também. E não, isso não foi um desabafo. _|_

Igor's Denali
quinta-feira, 6 de janeiro de 2011 | By: Igors Denali
Perder. Mais cedo ou mais tarde aconteceria, porque como de costume, perco tudo o que possuo, não digo perdas daquelas que entram em esquecimento, mas daquelas em que podemos enxergar os objetos perdidos, e ter a consciência de que aquilo nunca mais nos pertencerá. É estranho usar a palavra “nunca”, principalmente por ser em algo destinado a você. Confesso que não sei como as coisas se perderam dessa forma, mas que se minha e também a sua felicidade estão assim tão distantes entre si, preciso pedir que me deixe partir. Por você, por mim. E, em uma última vez, “por nós”. É normal, as coisas mudam realmente rápido, e, enquanto escrevo isto... pronto, nada mais é igual. Acreditava que o que sentia era mais forte que o tempo, que as pessoas e que as palavras. Enfim, era mesmo mais forte do que tudo isso. Seria então minha única fraqueza ter acreditado que teus sentimentos poderiam ser assim, tão fortes quanto os meus.

Olha eu ali atrás da plantinha *-* -q

Igor's Denali
terça-feira, 4 de janeiro de 2011 | By: Igors Denali
Eles se amam, todo mundo sabe mas ninguém acredita. Não conseguem ficar juntos. Simples. Complexo. Quase impossível. Ele continua vivendo sua vidinha idealizada e ela continua idealizando sua vidinha. Alguns dizem que isso jamais daria certo. Outros dizem que foram feitos um para o outro. Eles preferem não dizer nada. Preferem meias palavras e milhares de coisas não ditas. Ela quer atitudes, ele quer ela. Todas as noites ela pensa nele, e todas as manhãs ele pensa nela. E assim vão vivendo até quando a vontade de estar com o outro for maior do que os outros. Enquanto o mundo vive lá fora, dentro de cada um tem um pedaço do outro. E mesmo sorrindo por ai, cada um sabe a falta que o outro faz. Nunca mais se viram, nunca mais se tocaram e nunca mais serão os mesmos. É fácil porque os dias passam rápido demais, é dificil porque o sentimento fica, vai ficando e permanece dentro deles. E todos os dias eles se perguntam o que fazer. E imaginam os abraços, as noites com dores nas costas esquecidas pelo primeiro sorriso do outro. E que no momento certo se reencontrem e que nada, nada seja por acaso.