quinta-feira, 9 de junho de 2011 | By: Igors Denali
Penso em ti por absoluta incapacidade, ainda, de não pensar. E assumir me é humilhante, já que por mais que anseie por tua presença, não se importe. Talvez tão somente por isso, óbvio, ainda a escreva. Já que me inspiras no amor, tanto quanto no ódio ou indiferença. Tento abraçar-te de longe, na esperança de reter-te, pois embora no início tudo parecesse ser tão provisório, hoje em dia, chego a lamentar diariamente pela perda por mais subtil que essa possa ser a qualquer outro. É desesperador privar-me de enlaçar meus olhos novamente aos teus, onde um dia banharam-se em tanto apreço, amor. Debruço-me sobre tuas fotos, e afago tua face todos os dias: sabes bem que fomos muito parecidos, de modos, manias e interesses inteiramente diferentes. Amei-te miseravelmente, embora vez ou outra, inutilmente tentasse odiá-la como me odiou. Tinha muito em mente para escrever, dizer, mas não vejo necessidade mais. Estamos em paz, certo?! E além do mais, acredito já ter escrito o suficiente. Preciso retornar para a casa agora, seguir em frente, sabe? E admito, está bem escuro e assustador aqui no cemitério, apesar de achar que não possa ver ai de baixo. Voltar-me-ei agora a outros assuntos, que talvez encaixe em outra carta, onde infelizmente o destinatário não será você. Alguns meses se passaram desde que partiu Marilyn, mas gostaria que essas palavras lhe alcançassem, e, nessa tentativa que talvez seja vã, quem sabe, deixo que a chuva decomponha esse papel surrado sobre seu túmulo, para que independente de onde esteja não se esquecer jamais, de que nunca esteve sozinha, antes. Adeus.

Igor's Denali

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