quinta-feira, 17 de março de 2011 | By: Igors Denali
São 00:39 e não consigo entender o porquê de estar acordado, aqui, sobre esta folha de papel que desde cedo me brinda com sua brancura. Estive pensando a noite toda, em coisas das quais não consigo entender, questões que não consigo concluir. O centro de todo o reboliço em minha mente é ela, aquela garota de nome Lilian, que tanto me cativas. A carta que me coloquei a escrever não poderia ter, senão ela, algum outro destinatário, se é que me entendes, ainda me é de um charme à moda antiga, atrair a atenção de uma moça por meio de uma carta. Foi quando decidi escrever para não me esquecer, e então me esqueci o que iria escrever. Por isso ainda estou aqui.

Engraçado é o que se passa em minha mente agora, ou o que não passa, minto. Falar de Lilian é fácil, difícil escrever para ela. Aprecio pessoas que conseguem atrair-me por meio de palavras não ditas. Sabe, nunca nos falamos. Motivo pelo qual, talvez, ainda receio em escrever algo. Qual poderia ser a distância entre a realidade e o que minha cabeça apaixonada imagina, da verdadeira Lilian?! Rechacei o pensamento incomodo e voltei-me a pensar sobre o que escrever. Eu a amava, disso estava convicto. Amei sem receios, à primeira vista, acredite se quiser. Aquele sentimento que me é perfeito só visto em telas de cinema. Então me lembrei, que em diversas vezes, por uma brincadeira do autor, tal sentimento não é correspondido. Aqueles lábios vermelhos talvez nem saibam de minha existência, ou o quanto me fazem ansiá-los apenas por pertencerem a ela. Ou o dourado daqueles olhos, a brancura daquela pele. Branco, como esta página ainda está em branco com tanto a se escrever?! Rechacei novamente o pensamento e voltei-me ao papel.

Os primeiros raios de sol tomaram meu quarto, lacrando meu desejo naquela noite. Lilian me pertencia, como eu a ela. Não havia escrito nada, não possuía palavras para descrever realmente, - por mais que clichê isso pareça - o que sentia por ela. Resolvi deixar quieto, aproximar-me aos poucos se houvesse alguma oportunidade. Ou de uma vez, quem sabe aquela folha em branco estivesse me dizendo que já era a hora de abandonar os velhos hábitos. E a vontade da carta, à moda antiga, apenas na vontade permaneceu.

A campainha tocou.

Sorri para Margaret, nossa empregada, ao entrar sorrateira em meu quarto, talvez para sua revista diária, aquela que sempre faz enquanto durmo para ter a certeza de que não pulei pela janela, não sei. Decidi não impor importância, pois a esta altura o sono transmitia à minha cama, um charme se não igual, tão particular quanto o de Lilian. Deitei-me, e então ouvi a voz de Margaret como um sussurro, já não sabia se dormia, mas daquele sonho, não gostaria de acordar. Sorri.

“- Querido, você recebeu uma carta... Lilian, é alguma amiga nova?”

Igor's Denali

2 comentários:

Ana Jumbs disse...

nhái, que texto lindo *-*
Você nem colocou sonhos nessa... história, né? Seu fofo *-* Depois não entende porque faz tanto sucesso, rs.
E você ainda teima tanto por levar uma história adiante..... OLHA BEM, SEU COISO, eu quero aquele livro para ler u.u Nem que eu tenha que hackear seu pc para ler o que já está ali u.u
Aham, pode acreditar, ok. KKKKK

Ana ;3

Igor's Denali disse...

Aon. Perco as palavras com tantos elogios. Obrigado Ana, mesmo. E sim, você vai ter o Livro pra ler, depois que eu resolver terminar de escreve-lo. hahaha

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