domingo, 10 de julho de 2011 | By: Igors Denali
Tão feio, suponho ser, essa tentativa de solidificar o que já se foi, insistente por não ter sido oferecida chance de prosseguir do ponto em que ficou. E fico descamando, descamando, e por fim desnudo. Não se fazem mais envoltórios como antes, tampouco sentimentos. Tênues, quase nada. Por que expresso tal desapontamento? Sei o bem, mas meu deposito de ânimo para falar sobre, esvaziou-se. Abstenho-me; Não quero, preciso ou me lembro. Não que exista até então esta possibilidade: esquecer. Talvez não querer, precisar e não falar sobre. Que seja. Oh, não intervenha. Deixe-me sussurrar em gritos altos e não tente compreender. Justo eu, por tão precavido de ser nessa vida, transbordando de tantas defesas e armas que me obrigaram a construir. Inspiro e espero, porque me foi dada, ainda, a tal chance de supor que laços não se desfazem com tanta facilidade. Fico contestando atestados de insanidade e distúrbios, pois tenho por ser natural instalar-me em areias movediças e beber altos goles de desastre, paranóia e confusão psicológica. Apenas receio reescrever uma autobiografia, um romance que se enrolou demais para poder desembaraçar. Confesso, faz-me falta entre uma palavra e outra. Apesar dos pesares, ai se vai mais uma noite sem você - sem nós - na camada entre mim e o edredom. Entre a sua vontade de rebolar e a minha obsessão por leituras complicadas; entre provocações improvisadas e mãos dadas que não ocorrem. Entre tudo o que foi, e que hoje não é mais.

Achei feio tentar solidificar o que já se foi, mais ainda, por desde o princípio, saber que não conseguiria.

Igor's Denali

1 comentários:

Ana Jumbs disse...

Eu queria tanto poder te ajudar. Sei que não devo tomar suas dores como minhas e tentar resolvê-las, mas quero te ver bem, realmente. Queria tanto.

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