Wednesday - August 10, 2011
Tenho em mim essa concha vazia, seca tal como areia. E olhe que não seria surpresa encontrar alguns grãozinhos mofados. Areia mofa? Desculpe a ignorância, não é do meu conhecimento. Ela eu não sei, no certo eu estou repleto de mofo. Me demoro no banho, contando gotas sem realmente fazê-lo, tentando encher um pouco dessa concha. Em vão, nada mais que meio vazia consigo enxergar-la. Enxergar-me. A verdade é que estou adoecido, diariamente “desapetitado”. Adoecido por saber que todos aqueles detalhes foram perdidos. De quando entrávamos, sentávamos, conversávamos e ríamos. Essa é uma parte da verdade que cobre todo o resto, menos a saudade. Saudade de tudo que partiu e insiste em não querer voltar, do que fielmente acreditávamos ser eterno. De uma noite qualquer discutindo o mundo, falando um pouco de nada, observados de perto pelo luar e cobertos calorosamente pelas estrelas. Saudade dos colegas do ensino médio, das conversas de praça e até mesmo das dezenas de discussões sem motivos. Ajo pseudo-afável frente a ela, tão imponente, por ser tão real, cruel, e assim, tão cheia de máscaras.
-' igor's denali
0 comentários:
Postar um comentário