sábado, 2 de março de 2013 | By: Igors Denali


Empresta-me o teu peito, caro amigo. Pois tornar-se-á insuficiente os breves sopros de desabafo que me saem pelas frestas. Sopros nesse varal de sentimentos imaculado, por mais que sobrecarregado, que segue de um lado a outro do meu eu. Sua carga ensopada tal, que de saudade já não cabe nem mais uma peça. De incertezas então?! 

Óh, empresta-me o teu peito, irmão. Pois ainda há essa falta de coragem que me estupra, essas entrepassadas vírgulas que me impedem sair inteiro. Porque eu, no meio dessa gente toda sou só mais um e eu dentro de mim sou um universo todo precisando ser decifrado. 

Doe a mim teu peito apenas uma vez mais, sinta meu dessabor. Entenda que sou dor pulsante conjugada a essa ilusão de falsidade e amor. Um misto de sentimentos pendurado em um varal sobrecarregado e que às vezes pesa um pouco mais para que se suporte sem apoio. 

Ainda angustiado, devolvo-lhe agora o teu peito, na esperança de que o meu esteja um pouco menos doido do que de costume.

- Igor Denali