domingo, 21 de novembro de 2010 | By: Igors Denali
- Meu vício era ainda pior. A única droga que realmente pode lhe ferir. Te leva ao céu, ao mesmo tempo em que lhe arranca a pele ao envia-lo ao inferno. Adormece teus sentidos e intoxica tudo o que entra em contato com teu coração.

- E qual droga seria essa?

- O amor.




Assim, louvada seja a abstinência antes à overdose.



Igor's Denali
terça-feira, 16 de novembro de 2010 | By: Igors Denali
Joguei-me no puff e senti meu corpo agradecer por isso. Eram cinco e meia da manhã e não havia pessoas acordadas na minha casa, também estava grato por isso. Aquela festa poderia ter sido ainda pior, não fosse o toque de desejo e agitação que me mantiveram presos à ela até o fim. Agradeci por ter o primeiro minuto de paz na noite e deitei, aconchegando meu corpo levemente sobre o puff.

Então lá estava ela, seus olhos irreais de tão provocativos, dançando sobre o sorriso mais perfeito e desejável que já havia visto. Sem mais demoras, selei nossas bocas, e meu corpo estremeceu quando sentiu seu gosto. Nossas línguas apressadas brincaram mesclando o fogo e a tensão, meu corpo se comprimia contra o dela, encaixando-se perfeitamente. Explorei todas as partes tocáveis e ela assim o fez também. O beijo se intensificava a cada segundo, e senti choques e sensações que dispensam explicações. Meu abdômen se contraiu com o toque gelado dela, enquanto afundava a mão embaixo de minha blusa...

Levantei-me, meu peito subia e descia ofegante. Amaldiçoei o despertar, respirando fundo uma ou duas vezes, ainda estava confuso. Por quanto tempo havia adormecido? Meia hora, quinze minutos, talvez. Coloquei uma das mãos sob a cabeça e olhei para o teto do quarto, ainda deitado sobre o puff. Senti meu coração martelar descontrolado, voraz. Eu não sabia exatamente a razão de permitir que lágrimas grossas escorressem, talvez fosse por ter permitido deixar levar-me pelo desejo, ou talvez fosse pelo toque suave de seus lábios, ou o brilho em seus olhos e todo o resto terem sido apenas um sonho. Mas ainda assim, por mais doloroso e complicado que tudo aquilo parecesse ser, permiti que minha mente vagasse curiosa pelas várias teorias que me envolviam, comprovando o amor e o desejo escondidos através de cada ínfimo gesto que eu controlava incessantemente. Sem mais dúvidas. Ela pertencia a mim, indiretamente, da mesma forma enlouquecedora que eu pertencia a ela. Adormeci novamente.

Igor's Denali
quinta-feira, 11 de novembro de 2010 | By: Igors Denali
Seu olhar nunca mais foi o mesmo, não porque não fosse mais tão lindo, também não por já não brilhar daquela forma reconfortante, como estrelas. Ele foi se perdendo, para mim, de mim, e hoje já não surte mais efeito. Seu brilho fosco não lhe promove em meu interior, não retira o gosto agridoce que você própria colocou sobre seus lábios feridos.
Igor's Denali
segunda-feira, 8 de novembro de 2010 | By: Igors Denali
Amor ou auto-flagelação, como seja. O sentimento pelo qual aguardamos, se não pela reciprocidade, por reconhecimento, pelo simples fato de amar. Contudo, aguardar pelo obrigado, às vezes torna-se cansativo. Ínfimas são as perspectivas para alguém que possui um orgulho inflamado, de agradecer-lhe, independente do quão enorme e cansativo tenha sido teu esforço. Assim, nós que ainda sonhamos ser reconhecidos por qualquer que tenha sido o objeto ou sentimento doado, temos de guardar para nós a incompreensão e a confusão de não entender o quanto difícil pode ser dizer o maldito “Obrigado”. Esperar aqui, congelado sob o sentimento de vazio, esse que domina aqueles que amam, é desconfortável, mas ainda mais orgulhoso do que os citados antes, sãos os que aguardam sem reconhecimento. Amor ou auto-flagelação...

Igor's Denali
segunda-feira, 1 de novembro de 2010 | By: Igors Denali







Make a wish, Igor.
Durante toda minha vida permaneci com o medo de perder pessoas que dela fazem parte, inconsciente, talvez, de que guardar as lembranças do quanto já foram boas e importantes em algum certo período, seria, em suma, melhor do que assumir que nada mais significam. Para que não me sinta solitário, apesar de cercado por uma incrível quantidade de pessoas, - da qual só agora me dei conta de que são igualmente merecedoras de minha atenção – percebo que não existe necessidade de corromper as lembranças de sentimentos por antigas amizades. - Não é porque não sentimos o mesmo que algum dia sentimos, que precisaremos envenenar os bons momentos que permanecerão, eternamente, mas invariavelmente apenas em lembranças.

- Faço questão de agradecer a toda essa “incrível quantidade de pessoas” que me cerca, tanto o carinho que recebi ontem a noite no centro dos meus colegas, os livros e cartas que recebi pelo correio, mensagens no celular, no twitter, orkut e derivados. Obrigado pela preocupação e interesse de todos aqueles que se importam, e em igual quantidade, despertam o mesmo em mim.

Igor's Denali