Não mais corro, não há necessidade. Sinto minha mente em completo estupor, variavelmente fora de mim. Pela janela caí uma chuva lenta e estável. Uma vontade incontrolável de sair me suga porta a fora, e simultaneamente ao ritmo da chuva, meus passos ecoam como música pela calçada, me distanciando deste mundo. Vem a mim lembranças de momentos e lugares, pessoas e sentimentos, e por fim sinto as lágrimas forçando saída por meus olhos, as gotas da chuva as encobrem e camuflam, e assim passam despercebidas, felizmente. Meus passos cessam, e ao dar por mim, percebo onde estou, mas não é aonde eu queria estar, é? Cercado de árvores e arbustos secos, meus pés pisando sobre uma terra negra e infértil, um lugar esquecido, morto. Percebo também que não mais chove, e todo o meu corpo, meus sistemas e sentidos, completos e totalmente atordoados. Algo trespassa meu coração, e sinto-me abandonando a mim mesmo, meu corpo pesa como chumbo e não tenho forças para sustentá-lo, enfim, caio inútil no chão. Não sou mais o mesmo, sinto-me leve, e vejo meu corpo, jazendo imóvel de encontro à terra negra. Tenho vislumbres do paraíso, ou pelo menos daquilo que creio sê-lo, agora sinto e ouço como nunca, e meu coração não mais dói. Acordo em meio a uma tempestade e você esta ao meu lado. Não importa que tudo tenha sido um sonho, encontrei o lugar que tanto procurei, e sempre foi este mundo imperfeito, que perfeito é agora, apenas por você fazer parte dele.
related: sonho noturno - 01/03/2010.
─ Igor's Denali
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