É como se tudo tivesse se modificado a partir do momento em que te conheci, e pra melhor. Talvez pra preencher aquele espaço vazio que me definhava e que por mais que tentasse preenchê-lo, nunca conseguia de uma maneira exata. O fato é que eu nunca tive alguém de verdade em sentidos anatômicos e internos de espírito. Mas talvez esse fato tenha mudado desde que você apareceu pra mim, jogando todos os meus sonhos no lixo e colocando no lugar momentos de realidade totalmente inesperada.
De certo modo, é engraçado. Tudo que eu imaginava antes de te conhecer vai de encontro contrário ao que você é e ao que me proporcionas. Talvez pelo fato das palavras, na teoria, terem sido todas embaralhadas na prática. E, sinceramente, me agrada mais este ‘livro vivo’ do que aquele cheio de sonhos clichês o qual já vinha por arrancar páginas.
Não saber do que tal ‘livro’ realmente trata, quantidade de páginas... toda essa imprevisibilidade é de inevitável encanto. Eu nunca sei ao certo o que você pensa ao término de um beijo nosso, quando fixadamente prega seus olhos nos meus e faz o mundo todo ficar em silêncio; nunca sei qual vai ser a merda do dia que você vai falar para tirar-me um sorriso da boca; em que cálculo você vai errar, me fazendo raciocinar mais do que posso para localizar o erro, deixando-me atento a tudo que você fala a cada exercício resolvido; se hoje sua insônia vai atacar ao ponto de você me ligar no meio da madrugada e conversar comigo mil assuntos...
Ontem deitamos no tapete da sala e brisamos falando coisas. E numa dessas brisas, aprendi contigo uma teoria. A teoria da eternidade. Que o ‘pra sempre’ é um mero ‘faz-de-conta’ sentimentalmente irracional, que, lançado por impulso, contribui para que um determinado momento se torne especial ou para quem ouviu tais palavras de alguma forma, sinta-se seguro. Logo, disse-me que nunca me prometeria o eterno, porque uns cem anos de vida diante dele é apenas um começo, e seus vinte três anos não lhe permitiam cometer tal audácia. Que não cometeria tal erro, pois soa como pecado, um mortal prometer isso, quando mais cedo ou mais tarde tal infinito se reduzirá a ‘pó’ junto a um corpo numa cova. Questionou: “Você acreditou mesmo quando alguém disse que ia te amar pra sempre? As palavras são traiçoeiras, os impulsos também, por mais doces e sinceros eles demonstrem ser. Natural do ser humano é errar. Mas o que podemos fazer? Eu, pelo menos, procuro errar menos, sei medir o que falo, e tento, na prática, ir muito além das palavras que compõem as promessas padrões. O meu eterno é o agora, aqui, contigo, pois eu não sei o dia de amanhã.”
Entrelaçou seus braços em meu corpo e mostrou-me seu pulso. Eu vi o relógio, os segundos passavam tão calmos, talvez pelo valor enorme que eles representavam por estarmos tão juntos naquele momento.
Enfim, eu só queria ter a chance de encontrar uma palavra nesse meu garimpo, que significasse e nela estivesse contido todo esse sentimento de mim é oferecido a ti. E mesmo não a encontrando, sei que essas aqui juntas já significam alguma coisa. De qualquer forma, desculpe-me por esses cascalhos. Você sabe, o tesouro mesmo, cheio das pedras preciosas, só consigo encontrar (e te dar) quando estou perto de você.
De certo modo, é engraçado. Tudo que eu imaginava antes de te conhecer vai de encontro contrário ao que você é e ao que me proporcionas. Talvez pelo fato das palavras, na teoria, terem sido todas embaralhadas na prática. E, sinceramente, me agrada mais este ‘livro vivo’ do que aquele cheio de sonhos clichês o qual já vinha por arrancar páginas.
Não saber do que tal ‘livro’ realmente trata, quantidade de páginas... toda essa imprevisibilidade é de inevitável encanto. Eu nunca sei ao certo o que você pensa ao término de um beijo nosso, quando fixadamente prega seus olhos nos meus e faz o mundo todo ficar em silêncio; nunca sei qual vai ser a merda do dia que você vai falar para tirar-me um sorriso da boca; em que cálculo você vai errar, me fazendo raciocinar mais do que posso para localizar o erro, deixando-me atento a tudo que você fala a cada exercício resolvido; se hoje sua insônia vai atacar ao ponto de você me ligar no meio da madrugada e conversar comigo mil assuntos...
Ontem deitamos no tapete da sala e brisamos falando coisas. E numa dessas brisas, aprendi contigo uma teoria. A teoria da eternidade. Que o ‘pra sempre’ é um mero ‘faz-de-conta’ sentimentalmente irracional, que, lançado por impulso, contribui para que um determinado momento se torne especial ou para quem ouviu tais palavras de alguma forma, sinta-se seguro. Logo, disse-me que nunca me prometeria o eterno, porque uns cem anos de vida diante dele é apenas um começo, e seus vinte três anos não lhe permitiam cometer tal audácia. Que não cometeria tal erro, pois soa como pecado, um mortal prometer isso, quando mais cedo ou mais tarde tal infinito se reduzirá a ‘pó’ junto a um corpo numa cova. Questionou: “Você acreditou mesmo quando alguém disse que ia te amar pra sempre? As palavras são traiçoeiras, os impulsos também, por mais doces e sinceros eles demonstrem ser. Natural do ser humano é errar. Mas o que podemos fazer? Eu, pelo menos, procuro errar menos, sei medir o que falo, e tento, na prática, ir muito além das palavras que compõem as promessas padrões. O meu eterno é o agora, aqui, contigo, pois eu não sei o dia de amanhã.”
Entrelaçou seus braços em meu corpo e mostrou-me seu pulso. Eu vi o relógio, os segundos passavam tão calmos, talvez pelo valor enorme que eles representavam por estarmos tão juntos naquele momento.
Enfim, eu só queria ter a chance de encontrar uma palavra nesse meu garimpo, que significasse e nela estivesse contido todo esse sentimento de mim é oferecido a ti. E mesmo não a encontrando, sei que essas aqui juntas já significam alguma coisa. De qualquer forma, desculpe-me por esses cascalhos. Você sabe, o tesouro mesmo, cheio das pedras preciosas, só consigo encontrar (e te dar) quando estou perto de você.
─ Rodrigo Costa
0 comentários:
Postar um comentário