sábado, 27 de agosto de 2011 | By: Igors Denali

Wednesday - August 10, 2011

Tenho em mim essa concha vazia, seca tal como areia. E olhe que não seria surpresa encontrar alguns grãozinhos mofados. Areia mofa? Desculpe a ignorância, não é do meu conhecimento. Ela eu não sei, no certo eu estou repleto de mofo. Me demoro no banho, contando gotas sem realmente fazê-lo, tentando encher um pouco dessa concha. Em vão, nada mais que meio vazia consigo enxergar-la. Enxergar-me. A verdade é que estou adoecido, diariamente “desapetitado”. Adoecido por saber que todos aqueles detalhes foram perdidos. De quando entrávamos, sentávamos, conversávamos e ríamos. Essa é uma parte da verdade que cobre todo o resto, menos a saudade. Saudade de tudo que partiu e insiste em não querer voltar, do que fielmente acreditávamos ser eterno. De uma noite qualquer discutindo o mundo, falando um pouco de nada, observados de perto pelo luar e cobertos calorosamente pelas estrelas. Saudade dos colegas do ensino médio, das conversas de praça e até mesmo das dezenas de discussões sem motivos. Ajo pseudo-afável frente a ela, tão imponente, por ser tão real, cruel, e assim, tão cheia de máscaras.

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terça-feira, 9 de agosto de 2011 | By: Igors Denali
Tuesday - August 9, 2011

Admito, possuía minhas teses de que chegaríamos a esse ponto mesmo antes de ter a coragem de organizar aquela sensação em um raciocínio limpo. Permiti que estivesse, que falasse, continuasse, explicasse, argumentasse, resolvesse, complicasse, atestasse, discutisse, traduzisse, incomodasse. E como fez questão de incomodar, e como! Dir-lhe-ia que não fazia falta – às vezes-, dir-lhe-ia, sobretudo, que não causava incômodo algum, mesmo que soubesse que era mentira e, como uma criança levada, até maquiavélica, esperasse que os fins justificassem os meios.

Cá entre nós: não justificavam. Aquele círculo vicioso idiota; a sensação de que algo está errado e que tão logo é subjugada pela incapacidade de tomar as rédeas da situação. Vício. Tal qual, a falta do sentir da culpa, que deveria ser implacável, e mesmo que ausente faz-se artimanha e me impulsiona sempre de volta aos mesmos olhos castanhos claro, como se os pudesse viver a cada segundo da vida em uma espécie de realidade diferente, arremessando a realidade atual para adiante, adiante, adiante. Adiante até que sumisse, fundindo-se com as paredes do fim da vida.
Situações específicas nas quais me sinto fraco em um sentido generalizado. De caráter, fraco de personalidade, de significado e outros tantos que logo sei que utilizo de forma exagerada, mas que em sua totalidade me são reconfortantes, no mais, melhores do que a ausência e o completo não-entendimento. Prefiro me cansar de tudo e me depreciar sem gosto a depreciar a senhorita, de olhos castanhos claro, bonita e sanguessuga e na lousa faço desenhos. Até brinco com as palavras, veja só, num ímpeto de que o pensamento não dure muito tempo na ponta dos meus dedos para que logo possa pensar outra coisa e conservar a imagem que sempre tive.

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segunda-feira, 8 de agosto de 2011 | By: Igors Denali

Monday - August 8, 2011

Eu desisto quando canso, o que, provavelmente faz de todos os meus objetivos só pensamentos questionáveis. Manter o foco nunca foi algo complicado para mim antes, sempre, enquanto este não fosse envolto por algum sentimento despreocupado, que em todas as vezes se encarregava de tomar minha mente por completo para si. Era de empenhar-me ao máximo quando queria que algo desse certo, sem me basear em nada pela metade. Ainda não me satisfaço com coisas pela metade. O tempo se encarregou de me fazer duro, e desimportante – para os outros, e para mim -. Gosto de me manter assim, o que não quer dizer que não sofra casualmente por tal. Não dou importância... objetivos, sentimentos, pessoas brotam e morrem o tempo todo, normal, dramas do cotidiano. Não faço questão de colocar em pedestais.

Igor's Denali