Vem habitando em mim a correnteza do Niágara, um fluxo contínuo virtuoso em abundância de nada. Vem nascendo então de tal excesso de falta, a complexa necessidade de algo, quiçá por essa luta inconstante contra um inexistente monstro marinho, quiçá pelo descamamento do meu âmago na escassez de alimento - de qualquer precedência -. Não me é afável não ser um envoltório para alma alguma, num entanto não apetece meu paladar ser dominado por uma, (re)vejo-me na contradição da falta, da procura de tudo, da não certeza da necessidade de algo.
Ser preenchido por algo de existência questionável. Uma alma inexistente, é, senão pior, igual a esse estado de permanecia inquieta, por mais que imóvel nesse fluxo interior constante de uma virtuosa abundância de nada. Na incerteza que um novo "nada" possa preencher o vácuo da concha em que me tornei, e me conduzir em ondas dessa Catarata à calmaria de um lago, na incerteza de que tal "nada" não seja assim tão pouco, na utopia do meu nada, na calmaria da minha correnteza, na contradição de minha ambição, o meu nada pode ser meu tudo.
Ser preenchido por algo de existência questionável. Uma alma inexistente, é, senão pior, igual a esse estado de permanecia inquieta, por mais que imóvel nesse fluxo interior constante de uma virtuosa abundância de nada. Na incerteza que um novo "nada" possa preencher o vácuo da concha em que me tornei, e me conduzir em ondas dessa Catarata à calmaria de um lago, na incerteza de que tal "nada" não seja assim tão pouco, na utopia do meu nada, na calmaria da minha correnteza, na contradição de minha ambição, o meu nada pode ser meu tudo.
- Igor Denali
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