sexta-feira, 20 de setembro de 2013 | By: Igors Denali
Me questiono até que ponto o que eu senti antes, pode ser sentido novamente na mesma intensidade.

Meio que começo a perceber que o que eu definia como amor, vai se desgastando com o tempo e não renova quando outro alguém entra em minha vida. Vai se esvaindo lentamente. E no fundo, Zé... No fundo isso é o que valoriza cada pessoa que passou pela minha vida, das que realmente significaram algo, e não as que foram aventura de uma noite. Certo que meu sentir é frouxo, mas consigo persistir, consigo fazer dar certo quando quero. Mas eu queria com alguma delas? Queria sim, Zé, mas você me conhece, conhece meus defeitos, sabe que quando me deixo levar pelo orgulho ninguém me faz voltar atrás. Doeu um pouco? Não, não penso muito sobre isso, então não dói... Tudo bem, sei que não há como enganar você. Dói às vezes, mais quando faço algo que eu fazia muito melhor acompanhado do que quando estou tentando não pensar. É que a falta de certos momentos acompanhado preenchem em vazio aqui dentro. Mas não qualquer companhia, Zé... Você sabe. 

Não tremo e meu sorriso não se dissolve. Entro e saio de relacionamentos como quem sai de um banho frio para o calor do verão, nenhum dos dois me faz realmente mal. Não é orgulho quando não demonstro fraquezas, só não as vejo em mim... pois amei, senti, fraquejei em incertezas e sofri, óbvio... não sou um monstro, vivi momentos incríveis com pessoas incríveis mas que desgastaram meu amor. 

Eu continuo me questionando até que ponto o que eu senti, pode ser sentido novamente na mesma intensidade, porém por um tempo consideravelmente maior. Acho que não existe tal ponto. Porque, Zé... ao contrário de tantas outras pessoas que conheço, quando outra pessoa entra em suas vidas, o amor se renova, e as histórias de amor passadas, acabam por não fazer sentido algum.

Eu amei e me desgastei por orgulho diversas vezes, não me arrependo de nenhuma. Sou completo sozinho, até que sinta a necessidade de algum acréscimo, e que tal acréscimo venha sem armas, na busca de uma boa história para contar, ou uma vida inteira para viver.  

- Igor Denali


Vem habitando em mim a correnteza do Niágara, um fluxo contínuo virtuoso em abundância de nada. Vem nascendo então de tal excesso de falta, a complexa necessidade de algo, quiçá por essa luta inconstante contra um inexistente monstro marinho, quiçá pelo descamamento do meu âmago na escassez de alimento - de qualquer precedência -. Não me é afável não ser um envoltório para alma alguma, num entanto não apetece meu paladar ser dominado por uma, (re)vejo-me na contradição da falta, da procura de tudo, da não certeza da necessidade de algo. 

Ser preenchido por algo de existência questionável. Uma alma inexistente, é, senão pior, igual a esse estado de permanecia inquieta, por mais que imóvel nesse fluxo interior constante de uma virtuosa abundância de nada. Na incerteza que um novo "nada" possa preencher o vácuo da concha em que me tornei, e me conduzir em ondas dessa Catarata à calmaria de um lago, na incerteza de que tal "nada" não seja assim tão pouco, na utopia do meu nada, na calmaria da minha correnteza, na contradição de minha ambição, o meu nada pode ser meu tudo.


- Igor Denali