Sobre papéis amassados e canetas sem tinta.
Aceita um pouco de café? Pois bem, que esteja servido se o sono começar a lhe escalar as pálpebras. Pode lhe ser de pouco interesse o que tenho para dizer. E o que tenho para dizer, talvez nem chegue a ser de seu conhecimento, afinal, demasiados são os motivos que me causam desgosto ao ponto de, novamente talvez, fazer de meus relatos apenas mais bolas de papel para minha montanha de sentimento descartado.
Sobre o amor: não há utilidade. É. Não me venha com ladainha ou me calo, não possuo muito que dizer, sou fraco em argumentos. O que sei é que frente aos acontecimentos recentes, tal sentimento não tem colaborado muito, e hoje, cai em mim: ele nunca ajudou em nada. Dor, dessas que se sente por dentro, cavada no peito, ou a mina que brota pelos olhos sobre efeito das lembranças, nem sempre tão boas nem sempre tão ruins?! Tive aos montes, sem remédio que curasse. A saudade diminui com o tempo, ou aumenta, depende do quanto você pensa, ou não pensa. Se é que me entende. Como pode ver eu tento não pensar, e é isso que me faz pensar quase em tempo integral. Algo tão banal. Já viu quantas pessoas amam?! Passo horas a fio rindo ironicamente destas criaturas infelizes. Se eu amo?! Não, obrigado. Ainda não vejo utilidade nisso. Certo, já amei. “Você esta ciente de que colocar isso no passado é errado, um sentimento como o amor é imortal”, você diria. Não preciso discutir o que não sinto, cale-se. Me calo. Não apenas pela falta de argumentos, mas amor é algo que há muito deixou de me causar insônia. Em que lugar mesmo deixei a xícara com o café?
Tudo bem, se quiser pode me ajudar a amassar.