segunda-feira, 30 de dezembro de 2013 | By: Igors Denali
Perguntaram-me o que era amor, eu obviamente, não respondi. Sinto-me incapaz de falar sobre isso novamente sem parecer repetitivo, não soando falso. Sendo eu. Como escritor, essa raça medíocre e infame na qual passei a me incluir, desses que dobram as palavras a gosto, oscilando entre meias verdades, mentiras descaradas e rascunhos ilegíveis em meia página escrita e meia borrada de alguma bebida ruim qualquer. Eu sempre preferi café. Inspiração torna-se mais palpável quando me vejo regado por duas ou doze xícaras de café amargo. E cá entre nós, explicar o que é amor ainda me foge à habilidade de ludibriar com palavras belas.

Segundo o dicionário, “amor” seria um amontoado de palavras recolocadas a modo de descrever, com exatidão, algo que alguém pode ou não sentir realmente. E acho então que alcancei o ponto no qual eu queria estar. Não me atrevo mais a tentar descrever com palavras algo o qual só pode ser provado em atitudes, despejei inúmeras ¹gotas do líquido segregado pelas glândulas lacrimais em inícios de histórias com fins, e jamais continuadas, histórias as quais demandaram folhas, lápis xícaras de café e tempo, muito tempo. Escrevendo e descrevendo, incansavelmente, a meu gosto e com minha alma, o que era o meu amor, desagregando valor, tanto à palavra, quanto ao que ela, com exatidão, deveria descrever.

¹Lágrimas

- Igor Denali